quarta-feira, 22 de agosto de 2012

O TAL DO BABA OVO É UMA DESGRAÇA


  “Precisando de alguma coisa, é só pedir". "O doutor está se sentindo bem?". "Gostei da sua resposta, chefe!" "Puxa, você é um cara genial!". "Qualquer problema, não se preocupe, estou à disposição". Estas e tantas outras frases elogiosas e bajulatórias são praticadas com freqüência nos corredores do poder, seja na Assembléia Legislativa, na Câmara Municipal. Pegajosos, os bajuladores de carteirinha se dispõem até a substituir o bajulado na hora das necessidades fisiológicas. O puxa-saco, também conhecido por lambe-botas, baba-ovo, xeleléu, chaleira ou qualquer outro nome que se queira dar, é aquele cidadão (cidadã também vale) que conserva o incontrolável hábito de não medir esforços para agradar alguém, de preferência superior na hierarquia. Seu vício é pior que a droga, pois é capaz de moldar o corpo e a alma. O xeleléu profissional pode ser detectado à distância. Suas características principais são a acentuada flexibilidade na coluna, pronta para concordar com tudo em forma de complemento oriental, o excessivo derramamento de elogios, sugestões (mesmo descabidas), sorrisos e ternura com o ser protegido, podendo ainda, em situações de contrariedade, tornar-se agressivo na defesa de seu ídolo.

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