Quem mora em cidades que precisam de rodízio sabe a dificuldade que é carregar água para cima e para baixo no dia em que ela chega, através de caminhões-pipa ou chafarizes. A moradora de Bezerros, Lílian Francielly, se considera sortuda por ter um automóvel e ter podido transportar água sem maiores transtornos quando o bairro em que mora ficou desabastecido. Foram três meses de seca. “Tinha gente que só tinha carro de mão”, lembra.
“Pernambuco é o estado com a menor disponibilidade hídrica do país”, afirma o gerente de obras da Companhia de Saneamento de Pernambuco (Compesa), Artur Correia Rodrigues. “O Agreste tem a menor disponibilidade hídrica do estado, então é uma região crítica”, diz. A Barragem de Brejão, que abastecia o município de Bezerros, entrou em colapso no início deste ano, junto a várias outras no estado. Mas desde a obra de Transposição do Rio Sirinhaém que o abastecimento tem, aos poucos, chegado em Bezerros. “Faz quase 30 dias direto que tem água”, concorda Lílian. Esta foi uma alternativa da Compesa para abastecer alguns municípios da região durante o colapso da barragem, enquanto a obra da Adutora do Agreste - considerada uma das principais obras de infraestrutura hídrica em execução no país - não fica pronta.
A Adutora do Agreste é composta por 1.400 quilômetros de tubulações, que usam água do Eixo Leste da Transposição do Rio São Francisco para abastecer 61 municípios. Com um investimento de R$ 1,4 bilhão de reais, a previsão é que alguns trechos sejam postos em operação ainda neste ano. “Com a conclusão da Adutora do Agreste é solucionado o problema da falta de água no Agreste do estado”, garante Artur.
Fonte: NE10
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