segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Pernambuco lembra Semana Nacional de Incentivo à Doação de Medula Óssea

Pernambuco é o segundo estado do Brasil em número de transplantes de medula óssea


Salvar uma vida com um gesto de solidariedade. Doar medula óssea é simples. Mas as chances de encontrar um doador compatível nem tanto. A probabilidade de conseguir é de um em cada cem mil. Em Pernambuco, existem 35 pessoas na fila de espera. No País, 1.288 aguardam por uma medula. E os 102 mil pernambucanos cadastrados no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome) não têm sido suficientes para ajudar a quem precisa. Ontem, foi dada a largada a Semana de Mobilização Nacional para Doação de Medula Óssea, em uma cerimônia realizada no Palácio do Campo das Princesas, com o objetivo de aumentar o número de cadastros no Redome.

"Em um momento como esse de tantos desafios, nós precisamos muito da solidariedade das pessoas. Que essa semana seja toda em favor da vida do próximo e que Pernambuco se entregue a essa causa. Uma causa de amor", declarou o governador do Estado, Paulo Câmara. Segundo a supervisora do Redome em Pernambuco, Josiete Tavares, quanto mais pessoas se colocarem à disposição, mais fácil fica encontrar um doador. E fazer isso é fácil. Ontem, o técnico em enfermagem Diogo Lucena, 26 anos, foi ao Palácio para ser um dos colaboradores. Ele ficou sabendo do mutirão pelas redes sociais. “Assim que soube vim até aqui para ser um doador e me cadastrar no Redome. Posso salvar a vida de muitas pessoas, caso seja compatível. E a sensação vai ser de realização e felicidade”, disse o jovem. A administradora de empresas Janaína César, 38 anos, foi influenciada a realizar o cadastro após seu sobrinho precisar de doações. “A gente só sabe da gravidade quando precisa. A partir da história dele, tomei a consciência da importância que é ser um doador”, afirmou Janaína.

Quem não teve a oportunidade de ir ao Palácio, ontem, pode comparecer à Fundação de Hematologia e Hemoterapia de Pernambuco (Hemope). "A gente quer, em breve, multiplicar o nosso cadastro por dez. Para que, mais na frente, as pessoas que precisam de um transplante de medula possam contar com mais ajuda dos pernambucanos. Quanto mais as pessoas souberem da simplicidade desse procedimento, maior será o nosso banco de voluntários", assegurou o chefe do Executivo estadual, Beto Albuquerque.

Também foi colocada à disposição da campanha a plataforma da PCR "Transforma Recife". A rede é responsável por unir organizações e voluntários na construção de uma cidade solidária e terá condições de mobilizar mais doadores. São mais de 60 mil voluntários que vão poder compartilhar a iniciativa e aumentar o número de doadores.

Transplantes
Pernambuco é o segundo estado do Brasil em número de transplantes de medula óssea, atrás apenas de São Paulo. De 2011 a 2015, foram realizados 864 transplantes envolvendo as três modalidades existentes: autólogo – tratamento com a própriamedula; alogênico não aparentado – quando recebe de um não parente (Redome) e alogênico aparentado – quando recebe de um parente. Atualmente, a probabilidade de encontrar um doador de medula óssea entre os familiares, como pais e irmãos, é de 25%.

Para ser um doador
- Qualquer pessoa entre 18 e 55 anos com boa saúde;
- Os candidatos à doação assistem a palestras e vídeos educativos, depois assinam um termo de consentimento para doar. Todas as dúvidas deverão ser esclarecidas antes da assinatura;
- Assinar o termo de consentimento significa que o doador concorda em dar prosseguimento ao processo e que tem a intenção de doar;
- Os doadores preenchem um formulário com dados pessoais e é coletada uma amostra de sangue para testes de histocompatibilidade (HLA). É indispensável levar um documento original com foto, ter o conhecimento do número do CPF e levar o CNS (Cartão Nacional de Saúde), se possuir.

Como é o transplante alogênico (doador para receptor)? Antes da doação, o doador faz uma série de exames para confirmar o seu bom estado de saúde.

O transplante pode ser
- Punção direta: Em um procedimento, as células da medula óssea são retiradas do interior dos ossos da bacia, por meio de punções com agulhas. Os doadores retornam as suas atividades habituais em média de uma semana após a doação.
- Por Aférese: O doador recebe uma medicação que estimula a produção das células tronco e faz com que as células da medula óssea sejam levadas para a corrente sanguínea. Essas células são retiradas pelas veias do braço do doador, ou por um acesso venoso central com uso de uma máquina de aférese.

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